Então escrever é o
modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é
palavra. Quando essa não-palavra - a entrelinha - morde a isca,
alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha,
poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a
analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva
então é escrever distraidamente.